Relatórios divulgados ao longo de 2025 indicam que as estatais federais brasileiras acumularam prejuízos superiores aos registrados durante toda a pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2022. Mesmo fora de um cenário de crise sanitária, os números acenderam um alerta sobre a situação fiscal do país e a eficiência da gestão pública.
Dados apontam que o déficit das estatais atingiu níveis históricos, com rombos que variaram entre R$ 5,5 bilhões e R$ 8,3 bilhões em diferentes períodos do ano, superando os resultados negativos observados nos anos mais críticos da pandemia. Analistas classificam 2025 como o pior desempenho do setor em mais de duas décadas.
O cenário tem gerado preocupação entre economistas e agentes do mercado, que destacam impactos da má governança, do aumento da burocracia, dos juros elevados e do crescimento da dívida pública. Esses fatores afetam diretamente a indústria, o comércio e o ambiente de investimentos no país.
O governo, por sua vez, contesta parte da interpretação dos dados. A ministra da Gestão, Esther Dweck, afirma que a metodologia usada pelo Banco Central não reflete plenamente a realidade financeira das estatais, ressaltando que algumas empresas apontadas como deficitárias no critério fiscal apresentam lucro em seus próprios balanços.
A divergência ocorre devido às diferentes metodologias de cálculo, já que o Banco Central utiliza a contabilidade “abaixo da linha”, enquanto o Tesouro Nacional adota o critério “acima da linha”. Apesar do debate técnico, especialistas avaliam que, independentemente da metodologia, os números de 2025 revelam uma situação mais delicada do que a enfrentada pelo país durante toda a pandemia.







