O fim de ano chega com um contraste que chama a atenção dos consumidores brasileiros. Enquanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa que a inflação oficial do país, medida pelo IPCA, acumula 3,92% em 2025, os preços dos principais itens da ceia de Natal registram aumentos muito superiores à média, com reajustes que chegam a 65% em relação ao ano passado.
O índice divulgado pelo IBGE aponta que, de forma geral, os preços no país mantiveram uma trajetória considerada moderada ao longo do ano. No entanto, esse número não reflete a realidade enfrentada pelas famílias neste período de festas, quando produtos específicos, especialmente alimentos tradicionais do Natal, sofrem forte pressão de preços.
Levantamentos de mercado mostram que itens como peru natalino, aves especiais e outros produtos típicos da ceia tiveram altas expressivas. Em alguns casos, o preço do peru subiu mais de 65%, enquanto outras aves registraram aumentos superiores a 40% em comparação com dezembro de 2024. Esses reajustes estão muito acima da inflação média acumulada no ano.
Economistas explicam que o IPCA é uma média ampla de preços de bens e serviços consumidos pelas famílias, ponderada por diferentes pesos no orçamento. Já os produtos natalinos têm forte caráter sazonal e sofrem influência direta da oferta limitada e do aumento da demanda no fim do ano, o que provoca elevações mais intensas e concentradas.
Na prática, o resultado é uma sensação de inflação mais alta do que a indicada pelos números oficiais. Mesmo com o índice geral controlado, o consumidor sente no bolso o impacto dos aumentos justamente em um dos períodos de maior gasto do ano. Para muitas famílias, manter a tradição da ceia natalina em 2025 exigiu cortes, substituições de produtos ou redução na quantidade comprada.
O contraste entre a inflação oficial e o custo real da ceia reforça a percepção de que, embora os indicadores macroeconômicos mostrem estabilidade, o peso da inflação não é sentido de forma igual por todos os brasileiros, especialmente em datas marcadas por consumo concentrado e itens essenciais para as celebrações.







