O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), surpreendeu ao conceder 15 dias para que a Polícia Federal realize uma perícia médica no ex-presidente Jair Bolsonaro, preso na superintendência da PF em Brasília. A decisão chamou atenção porque o ministro costuma determinar prazos bem mais curtos — em muitos casos, 24 horas — especialmente quando envolve cumprimento de ordens diretas pelo órgão policial.
Defesa aponta risco à saúde e cirurgias urgentes
A defesa de Bolsonaro afirma que o ex-presidente precisa passar por duas cirurgias consideradas urgentes: uma para crises persistentes de soluços e outra para tratar uma hérnia inguinal que estaria provocando dores intensas e dificultando a mobilidade. Os advogados afirmam que o quadro exige análise imediata e internação hospitalar.
Especialistas afirmam que o caso deveria ser avaliado imediatamente
Médicos consultados por juristas e pela imprensa indicam que, em situações como a descrita pela defesa, o mais adequado seria uma avaliação médica imediata, especialmente no caso de hérnia agravada ou sintomas persistentes ligados ao trato digestivo — ambos quadros que, segundo especialistas, não costumam admitir longas esperas.
Eles afirmam que 15 dias é um prazo excessivo para uma perícia que poderia identificar risco de agravamento clínico ou necessidade de intervenção rápida.
Moraes aponta falta de laudos recentes
Na decisão, Moraes destacou que os exames feitos no dia da prisão não apontaram urgência cirúrgica. Ele também observou que os laudos apresentados pela defesa não são recentes — o mais novo tem cerca de três meses — e afirmou que Bolsonaro tem atendimento médico permanente na superintendência da PF, sem registros de emergência até agora.
PF terá 15 dias para apresentar laudo
A Polícia Federal agora tem até quinze dias para realizar a perícia completa e entregar um laudo que vai embasar a decisão sobre manter Bolsonaro na superintendência, autorizar tratamentos externos ou avaliar pedidos de prisão domiciliar humanitária.
Clima de tensão política e jurídica
O caso segue gerando debate entre aliados e opositores do ex-presidente. Enquanto a defesa insiste que o quadro de saúde exige ação imediata, o STF argumenta que não há sinais comprovados de emergência. A divergência aumenta a tensão em torno de um processo já altamente politizado.







