O pré-candidato à Presidência da República, Renan Santos, voltou a adotar um tom de confronto ao anunciar que, caso eleito, pretende decretar Estado de Defesa logo no início do mandato. Segundo ele, a medida serviria para “restabelecer a ordem” e permitir uma intervenção direta do governo federal em regiões dominadas pelo crime organizado. Renan também afirmou que pretende afastar governadores do Nordeste que, segundo ele, seriam ‘lenientes’ no combate às facções criminosas.
As declarações fazem parte do discurso central do Partido Missão, que defende uma guinada de endurecimento institucional para enfrentar a violência. Renan argumenta que o país vive uma “crise de segurança sem precedentes” e que “mecanismos constitucionais precisam ser usados com firmeza”.
O que é Estado de Defesa?
O Estado de Defesa é um mecanismo previsto na Constituição Federal para situações graves e específicas, como instabilidade institucional e crise de ordem pública. Ele permite ao presidente adotar medidas temporárias e excepcionais, como:
Restrições ao direito de reunião; Limitação à sigilosidade de comunicações; Emprego ampliado das Forças Armadas; Ações diretas para estabilizar áreas que estejam sob ameaça.
O Estado de Defesa é mais brando que o Estado de Sítio, que é o último recurso constitucional.
Já o Estado de Sítio é decretado quando há comoção nacional grave, guerra, ou falência completa da ordem pública. Nesse caso, as restrições são muito maiores — podendo incluir controle de imprensa, intervenção em governos locais e outras limitações severas, sempre com autorização do Congresso Nacional.
Ao propor o uso dessas ferramentas, Renan Santos coloca sua pré-campanha entre as mais duras no tema da segurança pública, defendendo que “sem autoridade, o país não avança”. A fala, porém, já gera reação de especialistas em direito constitucional, que afirmam que tais medidas precisam obedecer a critérios estritos e não podem ser utilizadas como instrumento político contra governadores eleitos.







