O ato que estava previsto para reunir mulheres em um protesto contra a violência de gênero acabou se transformando em um evento político dominado por bandeiras do PT e do PSOL. O que deveria ser um momento de união e denúncia contra o feminicídio virou um palanque partidário, desviando o foco das pautas urgentes relacionadas à segurança e proteção das mulheres.
Enquanto manifestantes pediam justiça para vítimas, grupos organizados tomaram o ato com símbolos partidários, discursos alinhados ao governo e palavras de ordem que pouco dialogavam com o propósito inicial do evento. Para muitos presentes, a transformação do protesto em mobilização política enfraqueceu a seriedade e legitimidade da causa.
Os dados recentes tornam o episódio ainda mais controverso: no ano passado, o Brasil registrou o maior número de feminicídios desde o início da série histórica, totalizando 1.450 casos, justamente durante o governo Lula. Mesmo com a escalada da violência contra mulheres, o ato acabou priorizando apoio político em vez de pressionar por medidas efetivas de combate ao feminicídio.
Com a pauta capturada por interesses partidários, familiares de vítimas e ativistas questionam se o movimento ainda cumpre seu propósito. Em vez de cobrar do governo ações concretas, o protesto se tornou um espaço de defesa da própria gestão, deixando de lado as demandas urgentes de quem luta diariamente contra a violência que continua crescendo no país.







