O encontro entre o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, ocorrido em Busan, na Coreia do Sul, em 29 de outubro de 2025, reacendeu o debate sobre os possíveis impactos dessa reaproximação EUA e China no cenário global — e, principalmente, na economia brasileira.
Embora a reunião tenha sinalizado uma trégua comercial entre as duas maiores potências do mundo, nenhum acordo formal foi firmado, e os efeitos sobre o Brasil ainda são hipotéticos e incertos.
Especialistas alertam que, mesmo sem compromissos oficiais, a economia do Brasil pode ser prejudicada em várias frentes.
Impactos negativos para o Brasil:
1. Queda na demanda por commodities brasileiras
Com a reaproximação comercial entre EUA e China, Pequim pode retomar parte das importações agrícolas americanas, especialmente soja e milho, reduzindo as compras do Brasil. Isso pressiona os preços, afeta o agronegócio brasileiro e diminui o saldo positivo da balança comercial.
2. Concorrência industrial desleal
A normalização das tarifas entre os dois países pode fortalecer a competitividade dos produtos chineses no mercado internacional. Para a indústria brasileira, já afetada por altos custos de produção e baixa produtividade, isso representa um risco de perder ainda mais espaço em manufaturados e eletrônicos.
3. Instabilidade cambial e inflação
Mudanças no fluxo do comércio global podem pressionar o real, levando à desvalorização da moeda e ao aumento do custo das importações. Essa volatilidade pode elevar a inflação no Brasil e exigir novas medidas do Banco Central.
4. Perda de protagonismo internacional
Enquanto EUA e China retomam laços estratégicos, o Brasil corre o risco de se tornar coadjuvante nas grandes negociações globais. O país segue dependente da exportação de commodities e fica fora dos acordos de tecnologia, energia verde e inovação.
5. Redução de investimentos asiáticos
Com a China voltando a direcionar investimentos aos Estados Unidos, há risco de queda nos investimentos chineses no Brasil, especialmente em setores como infraestrutura, energia e logística. Isso pode afetar obras e projetos essenciais ao crescimento econômico nacional.
Mesmo sem um acordo formal, a reaproximação entre Donald Trump e Xi Jinping representa um desafio estratégico para o Brasil, que depende fortemente do comércio exterior com a China e da estabilidade cambial atrelada ao dólar.
Sem uma política externa competitiva, o país pode perder espaço no comércio global e enfrentar os efeitos de uma nova reorganização econômica mundial.







