Um levantamento recente do Observatório Febraban revela que quase 40% dos brasileiros querem deixar o país, de forma temporária ou definitiva, em busca de melhores condições de vida no exterior. A pesquisa foi realizada entre novembro e dezembro de 2025, com 3 mil entrevistados de todas as regiões do Brasil.
O estudo aponta que o desejo de emigrar é mais forte entre os mais jovens. Entre os brasileiros que afirmam considerar a mudança, predominam pessoas em idade produtiva, muitas delas com formação superior e interesse em oportunidades profissionais fora do país.
Jovens lideram intenção de sair do Brasil
A intenção de deixar o Brasil varia conforme a faixa etária. Entre os integrantes da chamada Geração Y, cerca de metade afirma ter planos ou vontade de viver fora do país. Já na Geração Z, o percentual também é elevado, ultrapassando 40%. Entre pessoas mais velhas, a intenção é menor, mas ainda relevante.
Esse movimento reflete um sentimento crescente de insatisfação com fatores como perspectivas econômicas, mercado de trabalho, segurança e qualidade de vida.
Estados Unidos estão entre os destinos mais desejados
Entre os brasileiros que pensam em emigrar, a Europa aparece como o continente mais citado, com destaque para Portugal. Em seguida, os Estados Unidos surgem como o destino individual mais procurado, seguidos por Canadá e outros países da América do Norte.
A escolha pelos Estados Unidos está relacionada à percepção de maior oferta de empregos, salários mais altos e à existência de grandes comunidades de brasileiros já estabelecidas no país, o que facilita a adaptação de novos imigrantes.
Cenário preocupa especialistas
O levantamento indica que a intenção de emigrar está associada a fatores estruturais, como incertezas econômicas, instabilidade institucional e dificuldades de ascensão profissional. Analistas alertam que, caso essa tendência se intensifique, o Brasil pode enfrentar perda de mão de obra qualificada e talentos jovens.
Embora a maioria dos brasileiros ainda não planeje sair do país, o fato de que quase quatro em cada dez consideram essa possibilidade reforça um sinal de alerta sobre o ambiente econômico e social percebido pela população.






