O ministro Luís Roberto Barroso disse que não entende “por que tanta hostilidade” em referência aos ataques e xingamentos que sofreu, especialmente dos manifestantes de 8 de Janeiro. Ele lamentou a hostilidade, mas ressaltou que, mesmo diante dela, as decisões do Supremo continuaram e o ambiente de trabalho na corte segue produtivo. Barroso também reconheceu a importância da crítica e da abertura ao debate, apesar de considerar a hostilidade excessiva.
Barroso encerra seu mandato na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) marcado por decisões de grande impacto — como a descriminalização da maconha e a responsabilização civil das big techs —, mas sem alcançar a pacificação nacional que desejava ao assumir o cargo em 2023.
Em entrevista concedida à CNN, Barroso classificou como “injusta” a recente ofensiva dos Estados Unidos contra ministros do STF, mas demonstrou otimismo quanto a uma melhora do cenário político após a conclusão dos julgamentos relacionados à tentativa de golpe de Estado.
A poucos dias de passar o comando do tribunal para o ministro Edson Fachin, que assumiu a presidência, Barroso criticou o momento escolhido para o debate sobre anistia, embora tenha reconhecido que cabe ao Congresso discutir eventuais reduções de pena. Ele também alertou que a chamada PEC da Blindagem representaria “um retrocesso grave”.
O ministro revelou ainda que pode deixar o STF antes de 2033, quando completará a idade limite para a aposentadoria. Segundo ele, a decisão será tomada após um retiro espiritual no fim de outubro.
“Vou fazer uma reflexão muito profunda sobre o que quero para minha vida. Não descarto a possibilidade de sair, mas ainda não tomei uma decisão definitiva”, afirmou.






