O mercado de apostas esportivas no Brasil enfrenta um paradoxo: enquanto as empresas legalizadas registram crescimento e arrecadação recorde de tributos, o governo federal e o sistema financeiro aumentam o controle sobre operações irregulares. Ao mesmo tempo, cresce o debate sobre possíveis aumentos de impostos, gerando preocupação entre operadores e especialistas do setor.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) anunciou que os bancos adotarão medidas mais rigorosas para bloquear transações suspeitas e cancelar contas de apostas que operem fora da lei. A ação faz parte de um esforço conjunto entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda, voltado a combater o uso do sistema bancário em atividades ilícitas.
Desde a entrada em vigor da lei que regulamenta as apostas esportivas, em janeiro, as empresas precisam possuir licença provisória ou definitiva emitida pela Secretaria de Prêmios e Apostas para operar legalmente no país.
Apesar desses avanços, o mercado ilegal ainda representa cerca de 40% do total de apostas, segundo estimativas do setor. Associações que representam casas de apostas legalizadas afirmam que plataformas clandestinas movimentaram mais que o dobro das empresas regulares no primeiro trimestre do ano.
O cenário preocupa especialistas, pois além de prejudicar a arrecadação de impostos, coloca os apostadores em risco, sem proteção de dados e sem garantias de segurança. Segundo Bernardo Cavalcanti Freire, consultor jurídico da Associação Nacional de Jogos e Loterias, o bloqueio de sites ilegais e restrição de meios de pagamento são medidas essenciais para assegurar um ambiente de apostas seguro e confiável.







