O governo federal voltou a considerar a revogação da chamada “taxa das blusinhas”, o imposto de importação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, que passou a vigorar em 2024. A ideia de acabar com a cobrança ressurgiu em meio a discussões internas no Palácio do Planalto e entre parlamentares, com parte do governo avaliando a medida como uma forma de dar fôlego político à administração diante do cenário eleitoral de 2026.
A tributação sobre itens importados de baixo valor, popularmente criticada por consumidores por encarecer compras em plataformas como Shein, Shopee e AliExpress, tem sido alvo de debates no Congresso e também no Executivo. Representantes da Secretaria de Comunicação Social estariam mais abertos agora a recuperar propostas que revoguem a cobrança, apontando o tema como potencial gesto de aproximação com eleitores, especialmente os jovens e das classes C, D e E.
Críticos da taxação argumentam que ela reduziu significativamente as importações de bens de pequeno valor, ao mesmo tempo em que o governo passou a arrecadar receitas consideráveis com o tributo, que antes era simbólico ou inexistente. A discussão sobre seu fim coincide com projetos de lei que também buscam restabelecer a isenção fiscal para compras internacionais até US$ 50, já debatidos em comissões da Câmara dos Deputados.
Por outro lado, parlamentares ligados ao setor têxtil e comércio nacional alertam que a revogação pode prejudicar a indústria e negócios locais, temendo uma maior concorrência de produtos importados baratos caso a taxação seja suspensa.
A movimentação reflete o momento político atual: além das considerações econômicas e comerciais, a possível extinção do imposto aparece como um cálculo estratégico visando popularidade e apoio eleitoral, à medida que o governo se volta para 2026.







