O marketing digital no Brasil passará por uma mudança significativa a partir de 2026. Os anúncios veiculados no Facebook, Instagram e demais plataformas da Meta terão um acréscimo médio de 12,5% no custo, resultado do repasse de tributos que até agora eram absorvidos pela própria empresa.
A Meta informou que, a partir de 1º de janeiro de 2026, deixará de bancar impostos incidentes sobre os serviços de publicidade digital no Brasil. Na prática, tributos como PIS, Cofins e ISS passarão a ser cobrados diretamente dos anunciantes, aparecendo de forma clara na fatura dos anúncios. A soma dessas alíquotas resulta em um aumento aproximado de 12,5% no valor final pago por campanhas.
O impacto é direto no bolso de quem investe em tráfego pago. Um anunciante que hoje destina R$ 1.000 para campanhas poderá precisar desembolsar cerca de R$ 1.120 para manter o mesmo volume de anúncios. Em alguns formatos de pagamento, o valor investido pode continuar o mesmo, mas a verba efetivamente destinada à mídia será menor, reduzindo alcance e desempenho.
O problema é ainda mais grave quando se observa a realidade do mercado. A maioria dos anunciantes de produtos no Brasil trabalha com margens de lucro próximas de 20%. Com um aumento de mais de 12% apenas no custo de publicidade, esse lucro pode ser praticamente cortado pela metade, tornando muitas operações inviáveis no médio prazo.
Na prática, sobra pouco espaço para absorver esse impacto. Empreendedores terão que escolher entre reduzir drasticamente seus ganhos ou repassar o aumento para os preços finais. A alternativa mais provável é o encarecimento dos produtos, o que significa que, mais uma vez, o consumidor será quem pagará essa conta.
Pequenas e médias empresas, e-commerces e negócios digitais devem sentir o efeito com mais intensidade, já que dependem fortemente dos anúncios da Meta para vender. O aumento também pressiona o custo de aquisição de clientes e reduz a competitividade de quem não consegue diluir esse novo custo.
A mudança está ligada à reforma tributária brasileira, que altera a forma de cobrança sobre serviços digitais a partir de 2026. Com isso, grandes plataformas deixam de absorver impostos e transferem o impacto diretamente para quem anuncia.
O cenário indica um efeito em cadeia: custos maiores para empresas, margens comprimidas para empreendedores e preços mais altos para o consumidor final. No fim, o aumento da carga tributária sobre a publicidade digital tende a se refletir diretamente no bolso de quem compra.






