O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acionou a Polícia Federal depois que dois cofres foram descobertos na residência oficial do Palácio da Alvorada, onde ele mora há três anos, desde que assumiu o poder, contendo documentos e outros bens que pertenciam ao ex‑presidente Jair Bolsonaro (PL). A Polícia Federal abriu os cofres em 25 de junho de 2025 e encontrou itens que ainda não foram totalmente especificados, além de documentos pessoais atribuídos a Bolsonaro.
Diante dessa descoberta, a PF pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para ouvir Bolsonaro sobre a propriedade e a origem dos bens encontrados nesses cofres. O ex‑presidente está preso na Superintendência da PF em Brasília, cumprindo pena de 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado, o que torna necessária a autorização judicial para a oitiva.
Moraes já autorizou que a PF realize o depoimento, que foi marcado para o dia 30 de dezembro, das 9h às 11h, no local onde Bolsonaro está detido, sem necessidade de transferência. A corporação afirma que ouvir o ex‑presidente é fundamental para esclarecer questões sobre os bens achados e sua eventual ligação com o patrimônio ou atividades de Bolsonaro.
Críticos e analistas políticos sugerem que a divulgação da operação pode servir como uma cortina de fumaça para desviar a atenção da mídia do caso de Lulinha, que vem sendo citado em diversas reportagens por seu suposto envolvimento na fraude bilionária do INSS. Apesar de ter respaldo formal da PF e do STF, a ação é vista por opositores como um movimento estratégico para mudar o foco da opinião pública, enquanto outros fatos políticos e denúncias de familiares do presidente ganham menos destaque.






