Com o envelhecimento da população mundial, cientistas e empresas de tecnologia estão apostando no desenvolvimento de robôs para suprir a falta de cuidadores de idosos. No Reino Unido, essa ideia já começa a se tornar realidade, com máquinas projetadas para ajudar pessoas em situações de vulnerabilidade.
Segundo Rich Walker, diretor da Shadow Robot, o objetivo é criar robôs capazes de melhorar a qualidade de vida, realizando tarefas que vão desde varrer o chão e preparar refeições até, no futuro, oferecer assistência especializada.
No entanto, o avanço tecnológico levanta dilemas éticos e emocionais: será que a sociedade está pronta para confiar sua saúde e bem-estar a máquinas?
No Japão, o governo já subsidia há mais de dez anos fabricantes de robôs voltados a casas de repouso. Pesquisas mostram que modelos como andadores robóticos, focas terapêuticas e robôs humanoides como o Pepper podem auxiliar na locomoção, estimular pacientes com demência e conduzir atividades físicas.
Mas há desafios: o professor James Wright, da Queen Mary University, observou que os robôs ainda exigem atenção constante dos cuidadores, para limpeza, recarga e manutenção, tornando-os mais um auxílio do que uma solução completa.
A próxima geração promete ser mais eficiente. Walker explica que a chave está em desenvolver mãos robóticas com destreza humana, capazes de realizar tarefas delicadas, como manipular utensílios ou instrumentos.
Na Dinamarca, engenheiros criam músculos artificiais que imitam a contração humana, substituindo motores tradicionais e permitindo movimentos mais naturais para os robôs. Projetos como esse, em parceria com empresas como a Shadow Robot, podem transformar a mobilidade e a autonomia dos equipamentos.
Para especialistas como Gopal Ramchurn, da University of Southampton, a tendência é irreversível. Robôs como o Optimus, humanoide da Tesla apresentado por Elon Musk, mostram que a automação no cuidado à terceira idade será cada vez mais comum.
“Gostemos ou não, os robôs estão chegando. Agora é o momento de criar regulamentações que garantam que eles trabalhem a nosso favor”, conclui Ramchurn.







