O Brasil ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o maior produtor de carne bovina do mundo em 2025, segundo projeções oficiais de órgãos internacionais, mas a população brasileira ainda não tem acesso regular aos cortes mais nobres como picanha, contra‑filé e alcatra.
Em números históricos, a produção brasileira de carne bovina alcançou cerca de 12,35 milhões de toneladas, superando os 11,81 milhões de toneladas produzidas pelos norte-americanos — um feito inédito para o agronegócio nacional, enquanto frigoríficos e exportadores comemoram lucros recordes.
Exportações em alta, consumo interno em baixa
O Brasil intensificou suas exportações de carne bovina em 2025, registrando volumes históricos de embarques e crescimento de receita no exterior. Países como China e União Europeia disputam cada quilo produzido por aqui, tirando das gôndolas nacionais os cortes mais valorizados.
Preço nas alturas: churrasco virou luxo
Nas feiras e supermercados, os preços dos cortes nobres dispararam, deixando grande parte da população sem condições de comprar carne de primeira com frequência. Um quilo de picanha hoje custa mais do que o orçamento mensal de proteína de muitas famílias, transformando o churrasco de domingo em um luxo distante.
Líderes de movimentos sociais criticam a política econômica que prioriza o mercado externo enquanto negligencia a segurança alimentar no mercado interno. Especialistas apontam que o boom da produção ocorreu graças à intensificação do abate e à expansão das fazendas, mas com o custo de reduzir cortes nobres no mercado interno e elevar os preços.
Resumo do paradoxo brasileiro:
O Brasil agora produz mais carne bovina que os EUA. Exportações estão em ritmo recorde. Cortes nobres estão cada vez mais caros e inacessíveis para grande parte da população.
No país onde o churrasco é quase uma tradição, a pergunta que fica é: como aproveitar a própria produção quando os brasileiros não conseguem colocar os cortes nobres na mesa?






