O Brasil registrou em 2024 o maior número de feminicídios desde o início da série histórica, com 1.459 mulheres assassinadas por razões de gênero. A média diária de quatro vítimas por dia revela um cenário de violência crescente e alarmante, que tem acendido o alerta de especialistas e autoridades em todo o país.
A maior parte das vítimas era negra, e muitos dos crimes ocorreram dentro da própria casa, cometidos por companheiros ou ex-companheiros. Esse padrão evidencia que a violência doméstica e familiar continua sendo um dos maiores desafios estruturais na proteção das mulheres, demonstrando que o perigo muitas vezes está dentro do ambiente que deveria ser seguro.
O novo recorde escancara a fragilidade das políticas de prevenção e das medidas protetivas, que, mesmo previstas em lei, ainda falham em impedir que agressões evoluam para assassinatos. Muitas mulheres não conseguem denunciar a tempo, não são acolhidas adequadamente ou não têm acesso a mecanismos de segurança eficazes.
Diante desse cenário, organizações da sociedade civil e especialistas defendem ações urgentes, como reforço da rede de acolhimento, campanhas permanentes de conscientização e punições mais rápidas e rigorosas contra agressores. O avanço desse tipo de crime mostra que o país precisa tratar o feminicídio como prioridade absoluta, antes que novas vidas sejam perdidas em silêncio.



