O Senado do Chile aprovou por votação majoritária a “acusação constitucional” que destituiu o ministro Diego Simpertigue da Suprema Corte chilena, em um processo de impeachment por grave negligência no exercício do cargo. A decisão confirma a acusação aprovada anteriormente pela Câmara dos Deputados e marca o terceiro impeachment de um juiz da Suprema Corte do Chile em 2025, um evento sem precedentes recentes no país.
Simpertigue foi acusado de ter recebido benefícios ilícitos de advogados ligados a um consórcio internacional, que obteve contratos bilionários com empresas estatais após decisões judiciais favoráveis. Ele teria feito um cruzeiro de 10 dias pela Europa acompanhado de um dos advogados envolvidos, o que intensificou as suspeitas de favorecimento.
Os outros dois magistrados da Suprema Corte já afastados em 2025 foram Ángela Vivanco e Sergio Muñoz, também em processos que levantaram questões sobre conduta e independência no exercício da função.
O episódio provoca debates no Chile sobre a integridade do sistema judiciário e o uso de mecanismos de responsabilização de ministros da Corte, refletindo tensões entre os Poderes e a sociedade civil quanto à transparência e ao combate à corrupção.
O Chile, considerado o país mais desenvolvido da América do Sul, se destaca por indicadores econômicos e sociais superiores à média regional, incluindo alto PIB per capita, maior índice de desenvolvimento humano e relativa estabilidade política. Apesar disso, o país ainda enfrenta desafios sociais, como desigualdade de renda e demandas por reformas, mostrando que o desenvolvimento não é absoluto.
Diferentemente do Chile, no Brasil nunca houve impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e recentes debates sobre regras de impedimento de magistrados têm gerado discussões sobre governança e responsabilidade no Judiciário.






