As universidades federais brasileiras sofrerão um corte histórico de recursos no orçamento para 2026, com redução total de R$ 488 milhões no chamado orçamento discricionário — usado para despesas essenciais como água, luz, manutenção, segurança, limpeza, bolsas acadêmicas e pesquisa.
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2026, enviado inicialmente pelo governo federal com previsão de R$ 6,89 bilhões para as 69 universidades federais, foi alterado pelo Congresso Nacional durante a tramitação. Com os ajustes aprovados pelos parlamentares, o valor destinado às instituições caiu para aproximadamente R$ 6,43 bilhões, reduzindo em R$ 488 milhões os recursos disponíveis.
Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a redução agrava um cenário financeiro que já vinha sendo considerado crítico pelas universidades, afetando atividades essenciais de ensino, pesquisa e extensão. Uma das áreas mais atingidas é a assistência estudantil, que sofreu corte de cerca de R$ 100 milhões, prejudicando estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
Com a redução aprovada, o orçamento discricionário das federais para 2026 fica abaixo do valor executado em 2025, que foi de R$ 6,82 bilhões, mesmo antes de considerar inflação e reajustes obrigatórios. Reitores, acadêmicos e entidades ligadas à educação alertam que a falta de recursos pode comprometer o funcionamento regular das universidades, desde a manutenção predial até o apoio a estudantes e pesquisadores.
O corte representa um dos maiores ajustes negativos recentes nos recursos das universidades públicas federais, em um momento em que as instituições enfrentam desafios crescentes para manter suas atividades essenciais e garantir a qualidade do ensino público superior.






