Os Correios estão tentando conseguir pelo menos R$ 10 bilhões rapidamente para estabilizar as contas e recuperar a capacidade de operação. A expectativa é obter esse valor por meio de um empréstimo garantido pela União. A quantia representa metade do que a empresa pública pretendia inicialmente, mas foi necessário reduzir o pedido depois que os bancos cobraram juros muito altos na primeira tentativa de negociação. O dinheiro é visto como essencial para viabilizar o plano de reorganização interna, que inclui corte de despesas e um possível Programa de Demissão Voluntária para tentar diminuir a folha salarial.
A direção da estatal afirma que, nesta nova fase, será preciso oferecer condições melhores para convencer até dez mil trabalhadores a aderirem ao PDV, o que permitiria reduzir os gastos anuais com pessoal em cerca de R$ 2 bilhões. Para isso, os Correios enviaram propostas para cerca de dez bancos, buscando crédito com custo de até 120% do CDI, limite normalmente aceito para operações garantidas pela União. Na primeira rodada, instituições como BTG, Citibank e Banco do Brasil pediram taxas consideradas exageradas, apesar de o risco ser praticamente zero, já que o Tesouro cobre eventuais calotes. Agora, a empresa tenta atrair mais instituições e negociar valores menores.
A crise financeira tem afetado diretamente o serviço prestado. A estatal admite que enfrenta dificuldades econômicas e que fornecedores não estão recebendo em dia, o que gera atrasos nas entregas e perda de contratos. Mesmo com alguma melhora em relação ao pior momento, quando o índice de entregas no prazo caiu para 76%, os Correios ainda operam abaixo do ideal e esperam superar os 95% para voltar a competir de forma mais sólida no mercado. Internamente, a avaliação é que só será possível retomar a qualidade dos serviços se o caixa for reorganizado e as dívidas forem pagas.
Além de tudo isso, a empresa ainda lida com problemas de empréstimos anteriores. Um financiamento de R$ 1,8 bilhão firmado com três bancos sofreu aumento de juros após o descumprimento de uma cláusula ligada ao estoque de precatórios. A taxa, que era CDI + 3%, subiu sucessivamente, e os Correios tiveram de aceitar condições piores para ajustar o contrato. O risco agora é que parte dos recursos seja bloqueada pelos próprios bancos. Enquanto isso, a empresa continua registrando fortes prejuízos e tenta, em nova rodada de negociações, garantir ao menos metade do valor que precisa para evitar um colapso ainda maior.
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