Uma nova análise sobre o nível de alfabetização no Brasil reacende um alerta antigo: a maioria da população não consegue interpretar textos de forma adequada. Segundo dados consolidados de estudos nacionais de educação, 65% dos brasileiros são analfabetos funcionais — pessoas que até conseguem decodificar palavras, mas não compreendem plenamente o que leem, têm dificuldade extrema com textos simples, instruções básicas e resolução de problemas cotidianos que envolvem leitura.
Esse grupo inclui diferentes níveis de limitação, indo desde quem só reconhece frases curtas até quem lê textos maiores, mas não consegue extrair sentido, propósito ou conectar ideias. O número é preocupante, pois revela que a escolarização não está garantindo as habilidades mínimas de compreensão necessárias para o mundo real.
Do outro lado, apenas 35% da população brasileira é considerada plenamente alfabetizada, ou seja, capaz de ler, interpretar, analisar, comparar informações e compreender textos de diferentes complexidades. Esse índice, que já é baixo, tem permanecido praticamente estagnado ao longo dos anos, apesar dos investimentos em programas educacionais.
Especialistas alertam que a falta de compreensão leitora afeta diretamente a vida social e econômica do país: reduz produtividade, aumenta desigualdade, dificulta o acesso a serviços básicos e compromete a formação de trabalhadores qualificados. O cenário reforça a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes, focadas na primeira infância, na formação de professores e na qualidade do ensino fundamental.
A crise da compreensão leitora no Brasil segue como um dos maiores desafios estruturais do país — um obstáculo silencioso que impede milhões de brasileiros de participar plenamente da sociedade moderna.



